quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Política em foco

Suellem Mendes e Pâmella Souza

Tentando convencer
O governo decidiu atrelar a proposta de regulamentação da Emenda 29, que fixa porcentuais mínimos de investimentos na Saúde, às negociações sobre a prorrogação da CPMF. A decisão foi tomada durante reunião do Conselho Político, realizada no Palácio do Planalto.
Não tem jeito mesmo! O governo insiste e faz de tudo para convencer a oposição a se render à CPMF. Agora vale até colocar a saúde no meio para o discurso ficar mais convincente. E ainda tem líder do governo no senado dizendo que “a estratégia é acalmar integrantes da base e da oposição”. Vai um chazinho de erva-doce aí?

Um é pouco, dois é bom, seis é demais!
A Mesa Diretora do Senado decidiu na última terça, 23, paralisar a representação apresentada pelo PSOL, na semana passada, contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e arquivou a denúncia. A cúpula do Senado resolveu que a sexta representação contra Renan só será remetida ao Conselho de Ética, após a conclusão dos outros quatro processos que tramitam contra o alagoano no órgão disciplinar. E a pergunta não quer calar: não seria este mais um dos pretextos usados para deixar Renan no Plenário e, por conseguinte adquirir os votos para a CPMF? Enquanto isso a revolta do povo continua.

Circo no Senado
A falta de regras que permitiu várias manobras em favor do presidente licenciado do Senado, resultou em um regulamento para o Conselho de Ética. O projeto, que já foi aprovado, é da senadora Lúcia Vânia e impõe o voto aberto no julgamento de parlamentares, define prazo para tramitação das representações, torna obrigatório o sorteio para escolha dos relatores e prevê o afastamento do membro do conselho que vier a responder a denúncia por quebra de decoro parlamentar. É o popular cobra engolindo cobra do senado. Às vezes, as ações vêm disfarçadas de benefícios, fazendo a mágica de ludibriar a população. Acredita quem quiser!

E o circo continua...
Para completar o circo, Luis Inácio Lula da Silva anunciou numa reunião, que a carga tributária não deve cair em curto prazo. O discurso convenceu alguns empresários, que reconheceram esta carga tributária ainda é necessária. Mas o discurso do governo não convenceu a todos. Teve empresário que reivindicou provocando alvoroço no governo.
É a arrecadação de impostos servindo de muleta para a continuidade dos programas sociais.

Afinal, o mandato é de quem?
O Tribunal Superior Eleitoral vota hoje os processos contra políticos infiéis, o que deve anular os acordos firmados entre os partidos governistas no Congresso e colocar os mandatos de dez deputados na berlinda. As legendas da base acertaram que não pediriam ao TSE o mandato do parlamentar que migrou de um partido para outro aliado. Ainda assim, os políticos transeuntes ainda correm o risco de ficar a ver navios. É que o STF determinará, na resolução, que qualquer interessado, suplente ou outro partido político, poderá acionar o tribunal para reclamar o mandato do infiel.

A culpa é de quem pariu!
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, propõe a legalização do aborto como forma de conter a violência no Rio de Janeiro. “A questão da interrupção da gravidez tem tudo a ver com a violência pública. Quem diz isso não sou eu, são os autores do livro "Freakonomics" (Steven Levitt e Stephen J. Dubner). Eles mostram que a redução da violência nos EUA na década de 90 está intrinsecamente ligada à legalização do aborto em 1975 pela suprema corte americana”. Falar que o aborto é a solução para conter a violência é provar o quanto o governo é negligente com as questões de segurança, além de provar a falta de planejamento e competência governamental.

Maria vai com as outras
O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), admitiu na última quarta, 24, que só coloca na pauta do plenário a proposta que garante maior transparência para os gastos dos senadores, se houver apoio da maioria dos partidos da Casa. A idéia de Tião Viana, rejeitada também pela maioria da Mesa Diretora, serviria para a divulgação dos gastos mensais dos parlamentares com a chamada verba indenizatória. Cada senador recebe por mês R$ 15 mil para a cobertura de gastos nos Estados. A Câmara adotou a divulgação dos números, mas é pouco provável que a idéia seja aceita, quanto menos votada, pois se houver a divulgação dos gastos, o Senado se privará de uma série de regalias que os deixariam com mais descrédito perante a população.

Ambiente de Luxo
O PSOL protocolou nesta quinta-feira (25) na Secretaria Geral da Câmara uma proposta que amplia o número dos apartamentos funcionais da Casa e reduz o tamanho de cada moradia. Conforme antecipou o G1, os apartamentos funcionais para uso dos deputados federais serão reformados e ganharão itens como banheiras de hidromassagem e triturador de alimentos. Passarão por obras a partir do fim deste ano, 96 imóveis, com o custo estimado de R$ 36,2 milhões, segundo a Câmara dos Deputados.
O governo gasta dinheiro com futilidades em detrimento da melhoria das condições básicas de vida da população. Educação e saúde continuam em decadência e aqueles que não têm sequer onde morar, continuam hospedados em pontes e viadutos.

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